terça-feira, 27 de julho de 2010


Espanha leva taça

Um orgulho para espanhóis e africanos
(FIFA.com) Segunda-feira 12 de julho de 2010
Getty ImagesApenas 12 quilômetros separam a Espanha da África no ponto mais próximo do Estreito de Gibraltar. Após a final da Copa do Mundo da FIFA 2010, a 19ª da história, o novo campeão mundial e o continente africano se uniram em uma única festa. Foi como se uma grande onda de felicidade partisse de Bloemfontein e atravessasse toda a África para chegar a Barcelona.

Esta foi a primeira Copa do Mundo da FIFA disputada em solo africano e o torneio ficará na memória de todos tanto pela animação da nação anfitriã quanto pelo triunfo da seleção espanhola. O país ibérico se tornou o oitavo campeão mundial de futebol da história graças ao gol de Andrés Iniesta aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação contra a Holanda.

Após 31 dias de futebol que culminaram no triunfo da Espanha no Estádio Soccer City, foram cerradas novamente as cortinas do maior espetáculo esportivo do planeta. Foram 64 jogos que contaram com 599 jogadores de 32 seleções que marcaram um total de 145 gols. No final, o troféu foi para as mãos dos comandados do técnico Vicente del Bosque, mas o sucesso da África do Sul na organização do torneio também foi imenso. A chamada "Nação Arco-Íris" deu um show de alegria e capacidade e representou uma nova esperança para todo o continente. O fato de que a África do Sul foi a primeira seleção anfitriã a ser eliminada na fase de grupos não afetou em nada o entusiasmo dos torcedores nem diminuiu o volume do ininterrupto som das vuvuzelas.

A África do Sul 2010 foi um torneio com muitas surpresas. Até mesmo os espanhóis foram surpreendidos ao serem derrotados pela Suíça por 1 a 0 na estreia. Depois disso, no entanto, eles se recuperaram e venceram as seis partidas restantes, quatro delas por apenas 1 a 0. Nenhuma seleção havia vencido a Copa do Mundo da FIFA marcando menos gols do que os oito da Espanha, mas o futebol dos ibéricos impressionou mesmo assim com o comando de Xavi e Iniesta no meio de campo, os gols do artilheiro David Villa e a segurança de Iker Casillas. O goleiro defendeu duas bolas cara a cara de Arjen Robben na final e ganhou merecidamente a Luva de Ouro da adidas.

Enquanto isso, a Holanda não terá só recordações de alegria da África do Sul, já que o país voltou para casa frustrado ao perder a terceira final da sua história, depois das derrotas em 1974 e 1978. O selecionado de Bert van Marwijk venceu os seis jogos para chegar à final com um estilo de jogo bem mais pragmático do que o normal, considerando os padrões do futebol holandês. No entanto, o técnico armou uma equipe relativamente ofensiva, com a formação 4-2-3-1, muito em voga atualmente, e contou com um dos artilheiros do torneio, Wesley Sneijder, que balançou as redes cinco vezes em sete partidas.

Destaques individuais
A Alemanha de Joachim Löw impressionou o mundo com um futebol vistoso e contra-ataques mortais. Foi assim que a Nationalelf jogou para massacrar a Inglaterra e a Argentina. No entanto, os alemães não mostraram a mesma qualidade contra a Espanha e acabaram eliminados em uma reedição da final da Euro 2008. A seleção alemã terminou com a medalha de bronze e com o melhor ataque da competição, tendo marcado 16 gols. Além disso, o meia-atacante Thomas Müller levou para casa o prêmio de Melhor Jogador Jovem Hyundai e a Chuteira de Ouro adidas pelos seus cinco gols e três assistências. Villa, Sneijder e Diego Forlán fizeram o mesmo número de gols que Müller, mas foram superados nas assistências. Além disso, o alemão balançou as redes em todos os chutes que acertou na direção do gol.

O outro grande destaque individual foi Forlán, que ganhou a Bola de Ouro adidas após conduzir a surpreendente Celeste à quarta colocação. Comandado por Oscar Tabárez, o Uruguai voltou a disputar as semifinais pela primeira vez em 40 anos graças à combinação perfeita entre a tradicional garra charrua e o talento dos atacantes Forlán, que foi possivelmente o jogador que se deu melhor com a Jabulani, e Diego Suárez.

Até as quartas de final, a América do Sul ameaçava roubar os holofotes. Pela primeira vez na história, todas as seleções da CONMEBOL passaram da fase de grupos, quatro delas na primeira colocação. O Chile mostrou um futebol aberto e ofensivo para terminar a sua espera de 48 anos por uma vitória na Copa do Mundo da FIFA e ficar com a segunda vaga do grupo atrás apenas da Espanha. Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai ficaram todas entre as oito melhores — um feito inédito para os paraguaios. Os argentinos estavam fazendo um torneio perfeito até que os sonhos de Diego Maradona chegaram ao fim com uma vexatória goleada sofrida contra a Alemanha. O Brasil também enterrou as suas esperanças ao fazer um péssimo segundo tempo contra a Holanda. Foi o segundo Mundial consecutivo em que a Seleção caiu nas quartas de final.

O dia em que a Laranja Mecânica conseguiu a virada para cima da equipe comandada por Dunga foi um dos mais emocionantes do torneio, encerrado com o duelo espetacular entre Uruguai e Gana no Estádio Soccer City. Os Estrelas Negras ficaram a um pênalti de distância de se tornarem o primeiro país africano nas semifinais. Asamoah Gyan desperdiçou a oportunidade que teve no último minuto da prorrogação ao mandar a bola no travessão. O atacante ganês ainda converteu a sua cobrança na disputa de penalidades, mas o Uruguai acabou ficando com a vaga.